domingo, 22 de maio de 2011

Tantas noites que passei...

Eu não me lembro mais daquele cheiro de inverno chegando, nem me lembro mais de como eu era, não sei o que serei. Não é fácil dizer que tudo que passamos foi em vão, o sol nem bate mais no meu rosto, toda a vida que levamos ao decorrer desses anos passa em um segundo na minha mente, todos os invernos que passei, eu lembro de cor e salteado, nada do que passei foi vão, e nada é tudo, uma gota de suor, um gosto de sangue, uma novela mexicana, nada é vão porem é tudo necessário, aquilo que trago no peito e impossível traduzir, e só aqui, bem aqui é onde encontro a paz e meu sossego, é aqui onde meu apego vira desapego, minhas memórias viram canções minhas cartas viram poesias; todo o medo que há nos olhos dos outros eles terminam em um mar de de melodias perdidas.
Não foi para sempre, não durou 90 minutos, na memória um fim, o desprazer vira excitação na mente dos que vivem na noite, e o inverno, ele aquece a alma do aflitos, nada entre os dedos, a brasa já apagou, o cheiro ainda está na roupa. Levante-se, nunca ouviram as batidas do teu coração, já foi e fudeu, nada é tão romântico como a melodia de uma vida de desapego, e é tão constante como uma variável. Quase chorei, quase a vida vida inteira parou, foram 2 minutos, a meia noite nunca foi tão intensa, e ao olhar a cidade, do topo de um mundo que eu criei, aquele inverno chegou e consumiu minha alma, o olhar é o reflexo da alma e tudo vai em vão, todos perdem, todos morrem.

sexta-feira, 6 de maio de 2011